domingo, janeiro 14, 2007

Uivos Solitários

Um respirar compassado,
Um olhar morno e pausado
Que não recorda o futuro
Nem adivinha o passado,
Que não olha o acessível,
Procura além do visível.

Só!
Embora só, não sozinho.
Tem por sua companhia
Um sinuoso caminho
Que ele próprio observa
Por entre o mato e a erva,
De longe, por baixo da lua
Numa vista nua e crua.

E não é uma aventura
Todo o caminho fitado.
Há caminho conhecido
Já por ele visitado
E o que falta da jornada
Será em breve explorada.

Só!
Ausente...
Não viaja com lembranças,
Da vida guarda o presente.
No silêncio do momento,
No sossego do relento,
Afasta-se para ouvir
O seu próprio existir.

Parece tal qual um "voyeur",
Como quem está de passagem
Por uma sua existência
E respectiva paisagem.
Faz dos seus olhos janela
E do seu mundo uma tela.

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