domingo, abril 29, 2007

Boa noite a todos...

Apeteceu-me desejar a todos uma boa noite, um bom descanso e...

...sonhos cor-de-rosa com pintinhas azuis...

...ou sonhos azuis com pintinhas cor-de-rosa...

como preferirem.

segunda-feira, abril 23, 2007

Primeiro ensaio...

Pois...

Em conversa com o meu amigo Semião, falávamos sobre a falta que a música me estava a fazer e ele contava, de sua experiência, como se relacionou com a música quando rumou ao Algarve (suas terras) e se afastou um pouco de Lisboa e da TUIST.

E no meio da conversa, envia-me um link. Ora bem, tinha encontrado a página de internet do grupo "Amersham and Chesham Bois Choral Society".

Pois fui ver... achei interessante... enviei um email a pedir informações....

... e hoje fui ao meu primeiro ensaio!!! E foi giríssimo!!!

Estamos a ensaiar "Messiah" de Handel... que não é propriamente pêra doce... especialmente para mim que sou muito lento a ler pautas.... vou-me desenrascando pelo hábito.... leitura recorrente... e pelo ouvido treinado que a TUIST "me deu"...

Muito giro.

Depois o grupo tem piada!!! Naturalmente, fiquei no grupo dos Baixos (isto é, voz grave... dispensam-se comentários à minha altura... :p ) e tenho como colegas os senhores mais divertidos do grupo.

Digo senhores, porque têm todos idade para ser meu pai... ou até mais... (sim, porque o meu pai é um jovem!!! ;) "Ouviste Zé?!" :p )

É engraçado... sempre a falarem mal das Sopranos!!! eheheh.... e depois claro está. Acaba o ensaio... convidam para uma pint no bar. Desta vez não fui... mas da próxima, estou lá batido.

Enfim... mais uma experiência da qual tenho a certeza que vou guardar recordações e aprender bastante!!!

Espero que sim!

domingo, abril 22, 2007

Isto aí está mesmo bom!!! Livra...

Um Governo sem ouvir as populações.
Um PS sem expressão, escondido por detrás do Governo.
Um Sócrates sem oposição.

Uma oposição sem ideias.
Uma oposição sem líderes.

Um Marques Mendes sem habilidade, preso a um Cavaco.
Um PSD sem líder e com um Luís Filipe Menezes no futuro...
Um PSD sem futuro imediato... até ver... com ilustres à espera para ver o que decidem (Manuela Ferreira Leite, António Borges, António Mexias...) e o incontornável "Menino Guerreiro" a ver quando pode ter palco outra vez...

Um Bloco de Esquerda sem causas.
Um Bloco de Esquerda preso a uma esquerda PS que não é esquerda.

Um PC sem força. Sem discurso.
Um PC sem modernidade.

E agora...

Um CDS-PP sem moral, sem carácter.
Um Paulo Portas dos truques mediáticos e popularuchos.

E ainda...

Uma comunicação social decadente, sem ética, sem princípios e sem (auto)controlo.

Ai ai...
Ai ai...

sábado, abril 21, 2007

Ser feliz

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar
Irritado algumas vezes, mas não esqueço
De que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena
Viver, apesar de todos os desafios,
Incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser
capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

(Poema de Fernando Pessoa)

quarta-feira, abril 18, 2007

Como é possível?!



Assisti agora mesmo ao frente a frente entre Paulo Portas e José Ribeiro e Castro.

Só tenho duas palavras para descrever o que aconteceu: Im pressionante!!!

Sim senhor... tenho que tirar o chapéu ao Sr. Paulo Portas... Ele é o Rei!!!

Que cara de pau! Demagogia extraordinária, encenação total sem dar sinais de um mínimo sinal de hesitação... manipulando argumentos e desviando as conversas com grande habilidade....

Por algumas vezes conseguiu mesmo que o José Ribeiro e Castro fosse atrás, deixando-se enrolar nas redes....

Estou para ver os resultados no próximo Sábado... já nem digo nada... daquilo que tenho ouvido....

segunda-feira, abril 16, 2007

Capítulo I – A manhã de um dia diferente (3ª parte)

(...) Um sentimento de embaraço e alívio, misturado com gargalhadas sonoras, ecoou por entre os passageiros. Não chegou a responder. As raparigas entenderam a sua reacção como estando a fazer pouco delas… Mas o riso era tão solto, tão leve, tão natural… que as lágrimas escorriam-lhe do rosto.(...)



Capítulo I – A manhã de um dia diferente (3ª parte)

(...)
Aqueles minutos de riso solto, por momentos assustaram-no… primeiro, porque não conseguia parar e o seu próprio corpo já sentia demasiado a contracção dos músculos… e depois porque tomou consciência que há já muito tempo não ria assim, dessa forma. Com gosto.
Os amigos, há já algum tempo que não o faziam rir da mesma maneira. As conversas. As brincadeiras. Parecia tudo sem sentido. Tão imediato. E quanto mais pensava em si e no mundo… mais triste e isolado ficava. E esse era o verdadeiro motivo de não rir como dantes.
Mais uma razão então para receber e acolher, com agrado e ansiedade, esse momento de extrema felicidade onde foi ele próprio, livre, sem limites, sem restrições. Onde o riso funcionou como um tonificante. Um libertador de espírito, energia e pensamentos.
Continuou viagem. Todas as ideias fluíam a uma velocidade vertiginosa. Viu-se sentado numa montanha russa de pensamentos, onde se encontrava sentado na primeira fila e onde as subidas e descidas eram cada vez mais acentuadas... Aquela era uma montanha russa muito dele… e a altura era tanta que a tal ponto se deixava de ver o solo. Olhou em volta. Todas as pessoas que com ele iam naquela viagem alucinante tinham o mesmo semblante. Impávido. Fechado. Sem angustiar com as vertigens e a rapidez… mas sem viver as emoções e a aventura. “Coitados” pensou… assim deve ser com as suas vidas. Perdido nestes pensamentos, relembrou um cliché, que embora se cubra de sentido, é completamente falso na sua afirmação. “Tempo é dinheiro”. Frase batida mas que quase todos a seguem… demasiado até.
Relembrou as suas memórias de vida recente, sobre as quais tomou determinadas decisões: “agora é altura de concentrar no dinheiro, na carreira, no sucesso…”. Nada daquilo lhe fazia sentido. O que o motiva na verdade são outras coisas. Mas ainda assim algo insiste em martelar a mesma ideia vezes sem conta, até que ele, esgotado e vencido pela exaustão, tem decidido seguir essa atitude. De se fechar também, de ganhar, de vencer, de se vergar ao poder e ao dinheiro como se pão e água fossem. E isso… ao longo dos meses… tornou-o mais egoísta… como todos aqueles para quem o sucesso está à frente de tudo. Os amigos tinham sido esquecidos. Já não o eram de verdade. Apenas conhecidos ou amizades de fachada. Apenas circunstanciais e muitas vezes completamente falhas de conteúdo.
Pela primeira vez naquele dia, reagiu com indiferença à voz que o alertava “É hoje…”. Estava demasiado absorto na sua análise onde se consumia por verificar que se estava a tornar em tudo aquilo que não queria.

(to be continued…)

sábado, abril 14, 2007

ELOGIO AO AMOR - Miguel Esteves Cardoso

“Quero fazer o elogio do amor puro.
Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá tudo bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona?
Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra.·
O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso “dá lá um jeitinho sentimental”. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima.
O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal.
Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.

A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não.”

Há dúvidas?

Uma questão de estática...

Muitas vezes ouve-se dizer que as mulheres falam demais.
Mas não há problema, porque o ouvido masculino é selectivo.

Quando a mulher diz:

"Esta casa está numa desordem, Amor!
Tu e eu precisamos de limpar isto.
As tuas coisas estão espalhadas no chão
Ainda ficas sem roupas para usar se
Não as lavares agora!"

O homem, filtra... e "só consegue perceber":

bla, bla, bla, bla, AMOR
TU E EU, bla, bla, bla, bla
bla, bla, bla, bla, NO CHãO
bla, bla, bla, bla, SEM ROUPAS bla, bla, bla, bla,
bla, bla, bla, bla, AGORA!"

E quando isto acontece.... é maravilhoso....

É oficial...

Pronto...

Agora sim... é oficial...
Embora tenha tentado evitar durante anos... e ter chegado a pensar que nunca me aconteceria, ao contrário da maior parte dos meus amigos...

Vejo-me obrigado a aceitar a dura realidade!!!
Estou a ficar com barriga. AHHHH!!!! Drama... Horror...

Sim... é verdade... a generalidade das cervejas daqui não é tão forte... e como se bebem logo às meias litradas de cada vez...

Agora é que ninguém me pega!!! :(
Eheheh.... estou deprimido :p

quarta-feira, abril 11, 2007

Capítulo I – A manhã de um dia diferente (2ª parte)

(...)
No autocarro as pessoas pareciam diferentes. Diferentes dos outros dias. Tinham um brilho… diferente… umas pareciam sorrir-lhe sem razão aparente, outras olhavam-no de lado e outros simplesmente ignoravam-no. Provavelmente o mesmo de todos os dias… mas ele sentia de forma diferente. “É hoje…” continuava ele a pensar…



Capítulo I – A manhã de um dia diferente (2ª parte)

(...)
Enquanto isso, reparava nos pequenos pormenores deliciando-se. As crianças, com ele brincavam àquele “esconde-esconde” que só elas conseguem fazer, como se fosse a pessoa mais querida da família que ali estava à sua frente. Ele claro, deleitava-se com os seus sorrisos. Fazendo-se um parêntesis… ele sempre gostou de crianças… mas as coisas nem sempre corriam bem. Nem sempre gostavam das caretas que ele fazia e invariavelmente acabavam a brincadeira a chorar. Enfim… Neste caminho, todos os episódios lhe pareciam dignos de registo. Um velhote “muito usado”, meio esquecido, meio surdo, meio coxo, lá entrou meio amparado e lá se sentou meio de lado. Ainda assim, todo bem disposto, ia dizendo uns gracejos que arrancavam risos e sorrisos até aos mal-encarados.
Por todas estas razões ou por nenhuma delas, o sentimento de confiança crescia nele como uma bola de neve. Deleitou-se a ver a paisagem, igual à de todos os dias, mas diferente naquela manhã. A tela era verde. As pinceladas coloridas, pastavam num cenário pitoresco, desenquadrado da sua realidade de escritório frio, cinzento, barulhento, sistemático, rotineiro, pesado, burocrático… e, por isso mesmo, era um cenário especial.
A viagem prosseguia com maior ou menor motivo de contentamento. Numa determinada paragem, entram duas raparigas. Ele olhou para elas… não conseguiu fazê-lo sem ser de alto a baixo… não conseguiu deixar de reparar na beleza daquelas duas raparigas… qualquer coisa de extraordinário, único… não conseguia encontrar as palavras adequadas para descrever tal raridade. Naquelas duas humanas obras… não havia sequer resquícios de beleza alguma!!! Rapidamente tentou encontrar palavras que o ajudassem a descrevê-las, pois começava a sentir-se um “bruto, insensível, machista, chauvinista”…. Depois de algum esforço, lá concluiu: “Bom… a da esquerda, não é propriamente engraçada… a outra… bem… também não.” E achou melhor ficar-se por ali. No entanto, antes mesmo que pudesse desviar o olhar e rapidamente baralhar o pensamento com algo diferente… elas fixam directamente os seus olhos nele. Relembrando com esforço as suas maneiras e educação, sorriu-lhes. Sorriram de volta. Sentaram-se. E começaram a conversa sobre tudo e sobre nada, sobre generalidades e sobre coisa nenhuma como, aliás, é natural entre a maioria das mulheres.
Subitamente, a também não, interrompe a conversa com a não é propriamente engraçada, olha fixamente para ele e dispara a pergunta do nada… “É hoje?!”…

Rapidamente ele gelou, paralisou. Um torpor percorreu-lhe o corpo. Sentiu a pressão do sangue e a cara a ferver. Como podia ela saber o que ele sentia? O que pensava ele naquele dia? Surpreendido, não conseguiu responder. A rapariga insistiu “É hoje?!... è hoje que se atrasa os relógios uma hora?!” …
Um sentimento de embaraço e alívio, misturado com gargalhadas sonoras, ecoou por entre os passageiros. Não chegou a responder. As raparigas entenderam a sua reacção como estando a fazer pouco delas… Mas o riso era tão solto, tão leve, tão natural… que as lágrimas escorriam-lhe do rosto.

(to be continued…)

segunda-feira, abril 09, 2007

Seis meses - 9 de Outubro / 9 de Abril

Faz hoje, dia 9 de Abril, exactamente seis meses que se iniciou esta fase de vida no estrangeiro. Não me chego sequer a sentir como um emigrante, pois estou a duas horas e meia de casa, em Lisboa.

Neste seis meses, algumas coisas muito importantes aconteceram... umas mais positivas, outras menos positivas. Há que fazer o balanço, integrar o que se aprendeu... e seguir em frente.

... ... ... ... ... ... ... ...

Bom... o balanço está feito...
Siga!!!!

domingo, abril 08, 2007

Uma luz ao fundo do túnel...

Sempre que te sentires perdido num tunel...

...e vires uma luz no fundo...

...fica feliz pois poderá ser o caminho para te libertares... mas não te apresses demasiado a ir ao seu encontro...

...assegura-te antes que não é um combóio a ir na tua direcção.

sábado, abril 07, 2007

Premonição de um dia diferente - 1

Capítulo I – A manhã de um dia diferente (1ª parte)

Eram oito da manhã. O dia estava a correr muito bem. Há já muito tempo que um dia não corria assim mesmo tão bem. Acordou com o despertador, conseguiu pela primeira vez tomar duche sem molhar o chão do quarto-de-banho, não deixou as torradas queimarem-se, sentiu uma confiança extrema quando escolheu a camisa e a gravata do dia. Antes de sair de casa olhou-se ao espelho, sorriu e disse: “é hoje!”.
Fechou a porta e rodou a chave. Antes de a tirar da fechadura, sorriu novamente. A mesma frase de há momentos cruzou o seu pensamento. Com uma velocidade suficientemente rápida para o apanhar desprevenido mas ainda assim acessível para que conseguisse tomar consciência do seu significado. “É hoje!”.
Ainda no seu condomínio, foi passando pelas zonas verdes, extremamente cuidadas e agradáveis, as quais alimentavam o seu sentimento de satisfação. Lá apareceu um esquilo. E outro e mais outro. Quase pareciam aparecer para cumprimentá-lo. Os esquilos, que no início foram motivo de alegria e que agora já eram coisa comum que não despertavam nele grande entusiasmo, voltaram a ter a atenção original. E outro grande sorriso rasgou a sua face… como que a natureza lhe estivesse a confidenciar um segredo, a abrir-lhe as portas. E ele ao mesmo tempo que sorria por ver os esquilos cruzarem o seu caminho enquanto andava, pensou na quantidade de seres vivos existentes, na multiplicidade e riqueza da natureza onde o homem apenas é uma espécie. Achou-se pequenino… mas com uma grande vontade de viver. “É hoje! É hoje!!!” Este pensamento inundava o seu raciocínio e deixava-o inebriado, anestesiado, com o tal sorriso tolinho que não se consegue explicar.
No caminho para o trabalho, listou mentalmente as coisas que queria fazer durante o dia de hoje. “Chegar ao trabalho e despachar o que ficou dependente do dia de ontem, preparar a reunião das 10 horas de manhã, enviar um e-mail a confirmar o jantar de sábado, procurar na Internet informações e preços do musical que quer ir ver, …”
No autocarro as pessoas pareciam diferentes. Diferentes dos outros dias. Tinham um brilho… diferente… umas pareciam sorrir-lhe sem razão aparente, outras olhavam-no de lado e outros simplesmente ignoravam-no. Provavelmente o mesmo de todos os dias… mas ele sentia de forma diferente. “É hoje…” continuava ele a pensar…

(to be continued…)

sexta-feira, abril 06, 2007

Batalha Pública

Este texto, escrevi-o há já uns aninhos... e retratava o ambiente diariamente vivido nos autocarros da Capital... Acontece que tive, nesta última semana, uma situação semelhante aqui nos transportes públicos e recordei-me deste texto.

Ora vejam lá se às vezes não é mesmo assim... quer dizer... andam todos de carro, ninguém se deve lembrar...


*******************

Lá vem o transporte público,
Atrasado por tabela,
O que dá azo a críticas
Da mais lesta tagarela.
Entra ao murro e cacetada,
Dispara em toda a direcção,
O que importa é passar
Nem que seja ao empurrão.

A lutar com tal ganância
Por um assento sofrido,
Ela puxa, ela rasga,
E o assento é destruído
Mas para seu grande currículo
É assento conseguido.

Mas não se dá por contente...

Depois de luta sangrenta
Ainda critica meio mundo
Pelo mau estado onde se senta.

Lá vão os vizinhos ao lado
Com dores de ouvido e cabeça
Até que diz um já farto
-"Por favor não me aborreça..."-
E pronto está tudo estragado
Já está montada outra peça.

Ganha mais cores a reguila,
Levam-se as mãos aos ouvidos,
Mal abre a boca e refila
Já só se ouvem gemidos...
Abre os olhos, cerra a mão,
E com toda a convicção
Clama por "atenção,
Liberdade de expressão,
Tempo de emancipação,
Maneiras e educação".

No meio da oratória,
Pausa... e larga o assento...
O coração do povo acelera
Naquele preciso momento...
Ajeita o vestido e senta-se
Para geral desapontamento.

Lá continua o calvário
No purgatório andante,
Porque a mulher não se cala,
Tem um fôlego incessante.

Finalmente é chegada
A bendita da paragem...
Para não recomeçar confusões
Abre-se logo a passagem.
Param as respirações,
Suores e suspiros profundos…
Último degrau, fecha a porta,
Festa rija por segundos.

Passado o momento difícil
Retomam respirações,
Olham p'rá porta da frente,
Lá vem outra aos empurrões...!!!
Conformados então já pensam
Na fatídica próxima vez,
O povo é preocupado
Pois não há duas sem três.

Boa Páscoa a todos...

Olá...
Este post é apenas para vos comunicar que na segunda-feira também não trabalho.
Pronto... achei que íam gostar de saber!!! Eu pelo menos acho a ideia interessante ;p

terça-feira, abril 03, 2007

Metacomunicação III (excerto)

Mais um certo tema… mais uma certa conversa… mais duas certas pessoas…

"(…)
- Hoje é a minha vez?
- De quê? De me ouvir? Eheheh… andaste a visitar o meu blog, foi?!
- Não foi por cusquice… é porque estou aqui às cabeçadas com o software e enquanto ele encrava fui dando um giro nos blogs, e passei no teu…
- Muito bem....
- Olha... Só fui na sexta-feira e não te vi… estiveste cá?
- Estive. Uma semana. De terça a terça.
- Mas não te vi lá...
- Pois...
- Estiveste cá?
- Estive.
- Digo, estiveste mesmo cá… e foste?
- Estive rapariga!!!
- Oh…! “Num” te vi… e no Sábado fiquei doente...
- “Num” te preocupes… ainda bem que estás melhor.
- E tu... Estás fixe?
- Estou porreiro.
- “Vale”… mas assim nem consigo dar o troco em mimos pá!... Ficas logo fino?! Humpft!
- Eheheh… isto da racionalidade tem destas coisas.
- Depende. Não se deve racionalizar o que não é racionalizável. Pode-se sim assimilar.
- Pode-se sempre racionalizar. Deve-se é por sua vez ter consciência das margens de erro...
- E como é que defines a margem?
- Não defines… fechas os olhos… e esperas que não bata!
- Eheheh… boa.
- Neste caso não dá para calcular...
- Não dá, pois não?
- Não....
- Ía dizer que ganhaste, mas acho q isto foi um porto-benfica e estamos empatados!
- Eheheh… Tu não queres é dar o braço a torcer. Mas ouve lá... achas que sou algum insensível?!?!??
- Insensível? TU?... pirou “minino”???... “Tá” maluco?!?!?!............. Também não sou muito boa a dar o braço a torcer, não?
- Pois... parece-me que não…
(…)"

E assim continuou…

segunda-feira, abril 02, 2007

A mudança "é sempre boa"...

O caminho que seguimos não está escrito em lado nenhum. É feito de escolhas... umas certas... umas erradas. Mas é isso que nos faz viver e crescer.

Se tivermos demasiado receio de tomar uma decisão, regra geral não a tomamos... e deixamos tudo na mesma. "Mais vale a segurança do que conheço, do que o receio do que desconheço". Pois... este pensamento... por um lado, dá-nos realmente a segurança de uma determinada situação e/ou da vida, mas por outro lado impossibilita-nos de experimentar, de aprender, de testar os nossos limites e desenvolver as nossas capacidades.

Todas as tomadas de decisão e momentos de escolha são bons. As decisões e escolhas, por sua vez, podem não ser as mais correctas... mas o importante é decidir... se achamos que sim, implicar uma mudança na nossa vida.

É como atirar uma pedra ao charco... quando uma criança o faz, vêm logo dizer "Não faças isso... que incomodas os peixinhos...". Pois... eventualmente incomodará... aqueles peixinhos acomodados!!! Pois, para muitos, primeiro nem se lembram das coisas três segundos depois... segundo provavelmente o dia tornar-se-á diferente e mais excitante!

Se gostei da tua decisão? Não.
Se tinhas que a tomar? Sim.
Se isso é bom para cada um de nós? Pois... não sei... mas é diferente!

Ninguém se aleijou. Ninguém se traiu. As coisas apenas mudaram. E independentemente dos resultados positivos ou negativos ou do quanto custe mudar... a mudança, por si só, é uma coisa positiva.

Ressaca...

Neste momento, apetece-me MESMO dizer: "a partir de agora... só amizades!!!".

Essas ficam e perduram... e sei, quero crer, que neste caso será assim mesmo... a amizade continuará... quanto ao futuro, só o tempo o dirá.

Pois é... "a partir de agora, só amizades!!!". Mas eu sei que daqui a uns tempos isso passa. Mal comparado, é como uma ressaca. Depois de uma noite bem "carregada", já muito de nós por certo pensámos: "nunca mais toco naquela bebida!!!" (e alguns não conseguem mesmo tocar...)

É isso mesmo. Estou de ressaca.
Não chego a ter suores frios... nem dor de cabeça. Tenho apenas uma ligeira "depressãozinha" que teima em tentar ligar os canais lacrimais ao órgão bombeador o qual, neste momento, tem o miocárdio ligeiramente oprimido e apertado. Mas é "coisa leve". Nada que não passe com um PAR DE ESTALOS cerebral e psicológico que insisto em dar a mim próprio... "Então?! Põe-te fino! Custa, mas de certeza que tem razão para acontecer..."

Bom... fora isso... está tudo bem! ;p
(esta última frase será bem conhecida para alguns, aqueles que me conhecem bem...)